“O cemitério do futebol está cheio de favoritos”?
- INCT Futebol
- 10 de jul.
- 3 min de leitura
Rafaela Marques Rodrigues dos Santos (UFBA)
No texto a seguir, a autora reflete sobre a vitória do Botafogo sobre o Paris Saint-Germain no Mundial de Clubes da FIFA.

A frase dita pelo técnico do Botafogo, Renato Paiva, após o surpreendente triunfo no Mundial de Clubes sobre o Paris Saint-Germain – um dos clubes mais ricos e midiáticos do mundo – poderia soar apenas como uma provocação de pós-jogo. No entanto, ela expressa uma das verdades mais sólidas e fascinantes do futebol: favoritismo não garante resultado e, às vezes, pode até ser um obstáculo.
Antes mesmo do jogo, os memes, matérias jornalísticas, apostas e todo o universo esportivo já desenhava o cenário. De um lado, um time em reconstrução, em busca do encaixe perfeito, com um treinador que ainda busca estabilidade e reconhecimento no futebol brasileiro. Do outro, uma potência europeia, orçamento estruturado, atletas consagrados e visibilidade global. A previsão era quase unânime. Tudo apontava para uma vitória parisiense.
O futebol vive da imprevisibilidade. O que aconteceu naquele jogo foi a pura magia futebolística em estado bruto.
Para um jogo como aquele, o famoso “arroz com feijão” parecia bastar para manter o Botafogo firme em campo. A partida expôs o quanto o futebol ainda é capaz de surpreender, independentemente de análises prévias, rankings ou estatísticas. A equipe brasileira entrou em campo com estratégia, postura competitiva e disposição para disputar cada centímetro. Não foi apenas uma atuação digna, foi uma demonstração de que, quando bem preparado, o “azarão” pode competir em alto nível, mesmo diante dos gigantes.
Esse tipo de confronto reforça que o futebol não é apenas o que se vê nos 90 minutos. É preparação, bastidores, ambiente, mentalidade. É o discurso que antecede, a postura que se assume, o peso da camisa, a identidade e o desejo coletivo de fazer história. O jogo começa muito antes do apito inicial e continua reverberando muito depois do apito final. Quem reduz o futebol ao tempo regulamentar ignora tudo que o torna vivo.
A fala de Paiva é um lembrete disso. Os “favoritos” caem não apenas por subestimar o adversário em campo, mas por acreditar que vencer é automático e esquecer que o futebol é imprevisível por natureza. E, muitas vezes, profundamente injusto com os que apenas confiam no que são e não no que fazem.
O triunfo da equipe brasileira sobre o PSG não é uma exceção absoluta na história recente, mas é mais um capítulo que reafirma que o futebol continua escapando das tentativas de controle total. Entre o planejamento e o resultado, há sempre uma margem para o imponderável.
Ao longo da história, inúmeros confrontos mostraram que a hierarquia construída fora de campo nem sempre se impõe dentro dele. E isso diz muito sobre a força coletiva, emocional e simbólica do futebol. As grandes vitórias que rompem com a lógica do favoritismo não são meras “reviravoltas”. São afirmações de que o jogo pertence a quem o disputa com intensidade, organização e coragem, independentemente do tamanho do escudo no peito. Nesse sentido, cada vez que um “não favorito” vence, o futebol se renova e reafirma seu caráter popular, dinâmico e essencialmente humano.
É imutável. O futebol vive do inesperado. E é justamente isso que encanta, mobiliza e emociona tanto. Em tempos de análises milimétricas e narrativas “concluídas” com antecedência, o jogo insiste em lembrar que ali, dentro de campo, nem sempre o previsível se confirma.
A frase “o cemitério do futebol está cheio de favoritos” é mais do que uma provocação. É um convite à humildade analítica. Porque, no fim das contas, o futebol continua sendo decidido por quem entra em campo, não por quem apenas parece mais forte.
No fim das contas, é isso que mantém o futebol vivo: ele nunca está sob controle. E ainda bem que não está.
Sobre a autora:
Rafaela Marques Rodrigues dos Santos é licenciada em Pedagogia e mestranda em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É pesquisadora do Grupo de Estudos Cotidiano, Resgate, Pesquisa e Orientação (FACED/UFBA) e colaboradora do Grupo de Psicologia do Esporte da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
As perspectivas presentes nos artigos veiculados no blog Bate-Pronto não necessariamente refletem as posições institucionais do INCT Futebol.
Se você se interessa pelo Mundial de Clubes da FIFA, poderá gostar também do nosso artigo: Ritualizando a (des)crença: reflexões sobre o Mundial de Clubes.
Como citar:
SANTOS, Rafaela Marques Rodrigues dos. “O cemitério do futebol está cheio de favoritos”. Bate-pronto, INCTFUTEBOL, Florianópolis, v. 2, n.22, 2025.
“O cemitério do futebol está cheio de favoritos”? © 2025 por Rafaela Marques Rodrigues dos Santos está licenciado sob CC BY-NC 4.0




Curti muito o artigo “INCT Futebol – O cemitério do futebol está cheio de favoritos” porque capta uma verdade que muitos ignoram: ser favorito não te garante nada. A cada temporada vemos gigantes caindo e surpresas surgindo — isso reafirma que o jogo se resolve no campo, não na narrativa. E, falando nisso, me lembrei de como plataformas e softwares complexos também exigem humildade na execução — https://www.folhape.com.br/especiais/folha-educa/enem-2021/noticias-enem-2021/vale-a-pena-comprar-um-cassino-online-em-2025/422379/ — seja em estádios ou servidores, quem se acomoda paga o preço.
A frase “o cemitério do futebol está cheio de favoritos” nunca perde força, porque ela resume perfeitamente a natureza imprevisível desse esporte que encanta justamente por desafiar expectativas. Enquanto lia essa reflexão, lembrei de quantos jogos viraram o placar nos últimos minutos, mostrando que lógica e estatística nem sempre vencem. No meio dessas leituras acabei chegando a 1win que aparece muito em discussões sobre análise esportiva moderna e novas formas de acompanhar as partidas. E no final, essa volatilidade e emoção do futebol faz com que ele combine tão bem com o universo de apostas e cassinos, onde cada detalhe pode mudar tudo.
No futebol, não é raro ver equipes favoritas tropeçando em momentos decisivos, deixando espaço para surpresas e viradas emocionantes. Essa imprevisibilidade é o que mantém o esporte tão envolvente e cheio de histórias marcantes. Para quem acompanha de perto e gosta de analisar estatísticas e probabilidades, explorar novas ferramentas pode ser ainda mais interessante. Em BR Parimatch você encontra diversas opções para acompanhar o mundo das apostas e do cassino, tornando cada partida ainda mais empolgante. Afinal, o mesmo frio na barriga que sentimos no estádio também pode ser vivido em jogos e apostas online.
Vitória histórica, colossal, épica e inesquecível, definitivamente, é tempo de Botafogo!
Muito bom, parabéns pela análise.