Vice-coordenadora do INCT ministra palestra inaugural do 1º Simpósio Cidade, Esporte e Periferia, na UnB

A doutora em Antropologia Social e vice-coordenadora do INCT Futebol Mariane Pisani realizou a palestra de abertura do 1º Simpósio Cidade, Esporte e Periferia, na Universidade de Brasília (UnB). O evento ocorreu nos dias 15 e 16 de setembro e surgiu a partir de uma iniciativa conjunta entre os grupos Cancha: Esporte e Ciências Sociais (UnB), Capital e Periferia (UnB) e Observatório do Lazer e do Esporte (USP).

Com o tema “Antropologia das práticas esportivas: o esporte como prática espacial e cultural”, Mariane Pisani fez a apresentação que abriu o primeiro dia de palestras do simpósio: “a fala que eu fiz foi mais concentrada nas práticas esportivas na cidade, pensando como esses sujeitos, atletas, praticantes de diversas modalidades se apropriam desses equipamentos urbanos, e como os esportes, especialmente o futebol, alteram bairros, comunidades, criam laços de relação, sensibilidade”, relata a pesquisadora do INCT. O momento foi mediado por Emanuel de Abreu Soares (Cancha/UnB).

Membro-fundador do Observatório do Lazer e do Esporte (OLÉ/USP), Bruno Vieira Borges fez parte da organização do evento, que, no segundo dia, foi dividido em duas partes: “na primeira, quatro pesquisadores da Cancha apresentaram suas pesquisas e, na segunda sessão, eu e o Pedro Sombra apresentamos. Apresentei meu artigo, que saiu na Novos Debates, e o Pedro apresentou a iniciação científica que ele concluiu, e depois dois pesquisadores do Capital e Periferia apresentaram suas pesquisas também”, conta o doutorando em Sociologia. 

Na apresentação “Performances político-torcedoras: o corpo, a urbe e o catártico”, Bruno Borges fomentou discussões acerca de perspectivas sociais, políticas e culturais do futebol. O debate partiu da pesquisa publicada em agosto, na 11ª edição da revista Novos Debates, intitulada “O direito da Fiel: performances políticas de torcedores em protesto”. Pedro Sombra, outro integrante do OLÉ presente no evento, expôs o trabalho intitulado: “O valor em movimento: cidade, circulação e coração de atletas no mercado da bola”.

A programação geral contemplou assuntos relacionados à tríade que deu nome ao evento: cidade, esporte e periferia, perpassando por lazer e contextos urbanos diversos. Os trabalhos “Futebol, cidade e formas de torcer: olhares etnográficos sobre o Candangão 2025”, de Debora Almeida e Barbara Perotto, “Quadras de esporte em Brasília: um reflexo para a desigualdade social e de território”, de Lucas dos Santos, “Agoniza mas não morre: gosto pelo esporte passado através das gerações”, de Anna Belchor e “A dupla carreira de jovens atletas de futebol no Distrito Federal: desafios e percepções educacionais na construção de projetos de vida”, de Marina Falcão, representaram os estudos realizados pela Cancha: Esporte e Ciências Sociais (UnB), grupo de pesquisa focado em práticas esportivas como fenômenos sociais. Os dois blocos foram mediados por Ana Elisa Carnaúba e Júlia Bianchi, integrantes do grupo de pesquisa interdisciplinar Capital e Periferia (FAU/UnB), coordenado por Maria Fernanda Derntl, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.

O público do 1º Simpósio Cidade, Esporte e Periferia foi formado majoritariamente por estudantes da FAU/UnB, mas também contou com a presença de graduandos das ciências sociais, estimulando conexões entre pesquisadores de diferentes áreas e instituições. “Acho que foi um movimento muito bacana, de estar com esses jovens pesquisadores, a maioria alunos de graduação, e poder conversar com o pessoal da UnB”, pontua Mariane Pisani, representante do INCT Futebol no simpósio ocorrido em setembro.