INCT Futebol participa de encontro sobre migrações

O INCT Futebol participou, no dia 11 de novembro de 2025, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do evento “Ação Global pelo Direito de Migrar: Migração como um Bem Social”. O encontro fez parte de uma rede global de eventos realizados na mesma data. A ação foi promovida pela The Migration Scholars Global Solidarity and Resistance Network (Rede Global de Solidariedade e Resistência de Estudiosas/os/es da Migração).

O encontro foi organizado pelo Observatório das Migrações (UDESC), pelo Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem (NAVI/UFSC) e pelo INCT Futebol, contando também com a presença da Pastoral do Migrante de Florianópolis e do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (SINTRASEM).

A Dr.ª Gláucia Assis (UDESC), coordenadora do Observatório das Migrações (UDESC) e uma das organizadoras do evento, destaca a importância desse encontro: “Diante do acirramento inegável de fronteiras, o evento realizado em vários lugares é um convite ao diálogo intercultural e à compreensão da migração não como um problema, mas como um campo de possibilidades que abre perspectivas para uma maior abertura das sociedades à alteridade, tornando-as mais diversas e humanas.”

Segundo a Dr.ª Carmen Rial (UFSC), coordenadora-geral do INCT Futebol e outra organizadora do evento, o encontro reuniu cerca de vinte participantes de cinco organizações. Além de acadêmicos da UFSC e da UDESC, estiveram presentes líderes sindicais e representantes políticos. O evento, que também contou com participações remotas, foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do INCT Futebol.

Discussões realizadas

A Dr.ª Caroline de Almeida (UFPE), coordenadora da linha de pesquisa “Futebol de mulheres, de indígenas, paralímpico e LGBTQIA+”, do INCT Futebol, conta sobre as discussões realizadas no evento: “Entre os temas abordados, estiveram os refugiados, as políticas anti-migratórias e também a migração de trabalhadores laborais. O INCT Futebol colaborou com uma discussão sobre a migração de futebolistas mulheres e homens para outros países.”

Caroline explica como as pesquisas sobre futebol se inserem nas discussões sobre migrações: “Diferente de muitos dos imigrantes que estavam sendo abordados por meio de outras pesquisas apresentadas, os futebolistas e as futebolistas entram a partir da ideia de bons imigrantes. As pessoas que são benquistas, que são desejadas para atuar em países estrangeiros. Nesse sentido, eu abordei um capítulo da minha tese sobre mulheres que atuaram no futebol português no ano de 2017.”

No entanto, essa não é a realidade de diversos(as/es) imigrantes, vítimas de intolerância, xenofobia e violências. Gláucia Assis lembra que o ambiente de hostilidades contra imigrantes não se restringe a contextos externos, como nos EUA e na Europa: “no contexto local, em Florianópolis, a xenofobia e o preconceito levaram o prefeito da cidade a estabelecer uma política de mandar de volta migrantes internos que chegam à rodoviária da cidade”.

Gláucia explica qual é o papel das investigações sobre migração apresentadas: “Os pesquisadores e as pesquisadoras, ao apresentarem suas pesquisas, evidenciaram a contribuição dos migrantes nas sociedades de destino e os desafios de construção de políticas de acolhimento para essa população. As atividades realizadas reafirmam o compromisso dos pesquisadores e associações em defesa dos migrantes e da migração como um direito humano.”

O resultado final, para Gláucia, foi muito positivo: “Foi uma tarde de troca de saberes e experiências que evidenciou a importância de acolher os migrantes, sejam eles internos ou internacionais, e que ressaltou a importância de combater o preconceito e a xenofobia contra os migrantes.”